Oficialmente nomeado como Parque Natural Municipal Tancredo Neves, o Passa Cinco é uma área de proteção permanente contígua ao território quilombola do Bairro de Fátima, de densa mata, antigo espaço de pesca, “tiragem” de lenha, caça e rituais religiosos. Legalmente estabelecido como área de proteção ambiental integral (Leis Municipais n° 1.272/1982, nº 3.207/2008 e nº 3.822/2013), com área total de 255,9254 hectares, sendo 80% composta de fragmento de Mata Atlântica.
Próxima e vital nos primeiros anos de vida da comunidade quilombola, o Passa Cinco teve ainda grande importância para a cidade no passado, uma vez que a primeira estação de tratamento de água foi construída justamente neste território. O fato de representar significativo patrimônio hídrico, faunístico e de flora, fez com que o território fosse protegido pelo poder público local em 1982, através da Lei n° 1.272, que autorizou a criação o Parque Municipal de Ponte Nova “Passa Cinco”. A legislação determinou o resguardo dos “atributos excepcionais da natureza na região”, bem como “a proteção integral da flora, da fauna e demais recursos naturais, com utilização para objetivos educacionais, científicos, recreativos e turísticos”.
Pouco tempo depois de promulgada a lei que determinou a proteção do Passa Cinco, o governo local realizou intervenções no território, no sentido de transformá-lo em um espaço popular de lazer, especialmente em relação à população dos bairros de seu entorno, o que comungou com a relação tradicional entre a comunidade quilombola e a área. Houve a instalação de estruturas destinadas à recreação, tais como brinquedos de madeira, piscina pública, pedalinhos, área de churrasco, entre outros equipamentos.
Até o início da década de 1990, a população do entorno do Parque o utilizou plenamente como área de lazer. Entretanto, o Parque foi progressivamente abandonado pelo poder público, até que a área fosse dada como “abandonada”, o que colaborou para o arruinamento das edificações ali existentes, bem como em relação à degradação ambiental e mesmo a ocorrência de episódios de violência que afastaram a maior parte da população do espaço.
Ponto de Referência: A partir da comunidade quilombola do Bairro de Fátima, pode ser acessado pela Rua Cel. Emílio Martins. A partir da BR-120, acesso pela Av. Antônio Constantino Trivelato, sentido Complexo Penitenciário.
