Escrito por Joyce Santos em 28 de janeiro de 2025.
Que a História nos ajuda a preservar memórias não é uma novidade, mas questionar de onde vieram as histórias sobre as comunidades indígenas e quilombolas de Minas Gerais é algo nem sempre tão convencional. Isso nos leva a pensar sobre COMO e QUEM nos conta as histórias sobre nosso passado. Afinal, como a gente se vê pode ser bem diferente da forma como o outro nos percebe.
Costumamos dizer que Patrimônio Cultural é uma forma de tornar oficial (ou institucional, se preferir) algo de alto valor para a cultura e sociedade de um local. Por exemplo, dizemos que algumas festas e monumentos são patrimônios culturais por representarem valores, acontecimentos e outras ações importantes para as pessoas ao redor. Ou seja, representam memórias.
Por isso, um dos nossos objetivos aqui no projeto é reverenciar memórias e histórias das comunidades que trabalham conosco, assim como suas formas de registro. Trazer as riquezas, valores e percepções a partir de quem os conhece, faz, e experimenta. É materializar memórias como forma de (re)existência.
Ao longo de dois anos criamos junto a Mãe Ana Maria e sua comunidade do Terreiro Caboclo Pedra Branca formas de registrar e materializar memórias e pertencimentos. Juntos, criamos mapas coletivos e murais colaborativos como forma de representar a comunidade através de seus próprios termos. Registramos histórias e cantigas que nos contam a maneira como suas ancestralidades lhes orientam a ver o mundo ao redor.
Mãe Ana Maria e sua filha, [].
Podemos principalmente conhecer e aprender com Ana Maria de Paula, que com carinho e dedicação, se dispôs a nos receber e compartilhar conosco importantes aprendizados, não somente sobre seu Sagrado, mas também como uma grande Líder, que conduz com amor e sabedoria suas lutas políticas e pessoais.
Nunca será possível materializar em palavras a riqueza dos aprendizados que recebemos, mas ao menos é possível deixar registrado no presente e para o futuro aquilo que é possível de compartilhar.
Venha conhecer mais sobre o GT sobre Cultura Material e a comunidade do Terreiro Caboclo Pedra Branca!