Verbete: Moçambique Estrela D’alva

Por: Natália Batista Peçanha

HISTÓRICO:


O terno de Moçambique Estrela d’Alva foi criado no ano de 1982 pelo senhor Agnaldo Severino da Silva (já falecido) e por sua esposa Maria das Dores Silva (Dona Chuchu). Natural da cidade do Prata-MG,  trouxe, além dos ensinamentos herdados do pai, a experiência e a vivência de folião de Santos Reis; seu pai tocava em folias. Antes de criar seu próprio terno, atuou como capitão do Moçambique Camisa Rosa durante vários anos.

Era um homem simples, humilde, trabalhador, madrugador e, por isso, admirava muito a imensidão do céu ao amanhecer e, quando foi nomear o terno, não teve dúvida na escolha do nome: Estrela d’Alva. Segundo contava, esse nome está relacionado à beleza do céu ao amanhecer. Considerava a capacidade de apreciar essa beleza um dom de poucos.

Agnaldo Severino sempre demonstrava ser devoto de São Benedito e, por isso, conduziu, com muita dedicação, o terno de Moçambique por vários anos. Dizia que as cores do terno estavam relacionadas às cores do manto de Nossa Senhora, também presentes no estandarte do grupo. O fardamento do terno é constituído de calça e camisa brancas, com faixas azuis, chapéu de palha, coberto com tecido azul.

Com seu falecimento em 1988, o terno ficou desativado por três anos. Em 1991, Dona Maria das Dores conseguiu levantá-lo, com a colaboração de seus familiares, filhas, genros e netos. Elegeu-se 1º Capitão Maurílio Prudêncio de Souza, que permaneceu dois anos e deixou-o, em 1994, para assumir o terno de que é um dos iniciadores: o Moçambique Águia Branca. Assim, foi substituído por Éder da Silva Sabino, neto de Dona Maria.

Antes do falecimento do senhor Agnaldo, o terno constituía-se de cerca de quarenta integrantes e tinha; 1º Capitão o senhor Agnaldo Severino da silva; 2ª Capitã Maria Reonã da Silva; 3ª capitã Romilda Maria Sabino; Coordenadora Geral Maria de Fátima da Silva, as três são falecidas e eram filhas do senhor Agnaldo.

Além das filhas, ele contava, também, com a participação dos genros e de vários netos, ainda muito pequenos. Sua filha Maria Aparecida da Silva era uma das coordenadoras do terno. Maria Helena da Silva exercia a função de patagomista e a filha caçula Laurinda Maria Silva Paixão era Madrinha da bandeira. Hoje é a coordenadora do terno.

A matriarca, 87 anos, encontra-se acamada há vários anos. Mesmo assim, mantém-se lúcida e traduz, com muita clareza, a falta que sente de ver o terno participando novamente das homenagens a São Benedito. O terno encontra-se desativado há mais de um ano, e isso é o que mais a preocupa. Falta a liderança de um capitão que tenha interesse em reestruturar o grupo e de levar adiante a herança cultural da família. 

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